quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O Natal é uma festa católica e pagã



Por volta do século V d.C. Exatamente no ano de 440 d.C. a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) criou o natal cristão referindo-se ao nascimento de Jesus. Constantino, imperador romano que trouxe ao cristianismo o fim da perseguição, conduziu aquilo que tem mais poder destrutivo da fé cristã: o sincretismo religioso. Constantino, um crente fiel ao culto do deus Mitra, não poderia deixar sua influência para associar o dia 25 de dezembro, data oficial do natal (nascimento) do deus Mitra. No afã de ganhar os pagãos para o cristianismo a qualquer custo, o catolicismo apelou para a prática do sincretismo. A Bíblia Sagrada é enfática na objeção a essa prática:

“guarda-te, não te enlaces com imitá-las, após terem sido destruídas diante de ti; e que não indagues acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações aos seus deuses, do mesmo modo também farei eu”. (Dt.12.30).

Todavia, vemos pastores, denominações, seminários evangélicos se levarem por esse mesmo caminho. Não fico muito admirado com isso, num mundo gospel onde o que importa é se “está dando certo e não se é correto”, o senso de investigação se é bíblica tal celebração é dopado pelo brilho do natal romano.

Não quero lutar aqui contra uma tradição de nossa terra, uma cultura que está enraizada no Brasil e no mundo ocidental. Quero apenas trazer uma reflexão: O natal é uma festa católica e pagã. Essa festa não devia fazer parte do calendário das igrejas cristãs evangélicas. Porém, hoje em dia, com o desprezo gradual da sã doutrina, não temos dificuldades de evangélicos celebrarem festas juninas, páscoa e até carnaval. A mistura com a cultura tem sido tão irreversível que em algumas denominações, os utensílios dessas festas já fazem parte da ornamentação dos prédios evangélicos. As teologias: liberal e moderna dão os trilhos para que tudo isso ocorra sem dor na consciência. A única coisa que me admira são alguns apologistas evangélicos se colocarem favoráveis a esse disparate gospel. Colegas de apologia colocam títulos em seus sites fazendo apologia ao natal. Diante disso eu fico pensando: como fazem o favor ao catolicismo e ao paganismo de divulgar essa festa?!

Em fim, voltando para minha reflexão, com o natal, bem como com festas juninas, e outra qualquer festa cultural de uma nação, não podemos ser complacentes ao ponto de criarmos um sincretismo religioso. Já pensou? Estando em uma nação islâmica transformar o ramadã em um ramadã gospel? São atos meios que apelativos, onde a separação entre propósito evangelístico e celebração torna-se tão estreito quanto perigoso. Temos exemplo disso no movimento conhecido no Brasil como “cai, cai”. No exterior é conhecido como “unção de Toronto”, no nordeste como reteté. Não tem como olhar para a prática desse movimento e não assemelhá-lo com as práticas do baixo espiritismo. Isso é uma mistura, algo contrário a sã doutrina. O que é sã doutrina? Essa expressão ocorre três vezes no Novo Testamento (1Tm.1.10; 2Tm.4.3; Tt.2.1). São traduções de duas palavras gregas: hugiaino (sã) – estar são, estar bem, está com boa saúde. Onde o seu sentido figurado tem mais influência no texto. Que figura “cristãos cujas opiniões estão livres de qualquer contaminação de erro”. A outra palavra é didaskalia (doutrina) – ensino, instrução. Ora, os ensinos desprovidos de contaminação estão na Bíblia, em sua correta interpretação, considerando que é Palavra de Deus e auto-interpretativa. Você vê na Bíblia em seu contexto geral algum favorecimento ao natal? As festas juninas? A unção de Toronto? Isso ocorre porque são práticas extras bíblicas e oriundas de outras religiões, causando a mistura a fé cristã. Não quero negar aqui a expressão de fé das pessoas que se envolvem nessas práticas, de forma alguma. Até porque a do natal já virou práxis uma família se reunir e celebrar a “ceia de natal”. Não vamos se isolar completamente da sociedade na qual estamos inseridos. Mas, precisamos ser relevantes, e refletir a luz de Cristo que está em nossas vidas, não se calando aos fatos e proclamar a verdade. O que quero dizer é que essas práticas toleráveis por algumas lideranças da igreja de Cristo não são puras, são misturas, sincretismo religioso. Que entram na doutrina da igreja e vira celebração, prática litúrgica, culto.

Talvez você esteja perguntando: qual o problema celebrar o nascimento de Cristo? Realmente, vendo por esse ângulo, não há nenhum problema. Agora, se queremos ser bíblicos (que acho difícil hoje em dia), façamos a pergunta correta: a Bíblia faz menção da igreja primitiva celebrando o nascimento de Cristo? Ou melhor: Existe alguma ordem explícita nas Escrituras para celebrarmos o nascimento de Cristo? E que tal: Onde está escrito na Bíblia que o dia 25 de dezembro foi o dia em que Jesus nasceu?

Se alguém que está lendo esta minha postagem me responder claramente essas perguntas prometo nunca fazer objeção ao natal gospel.

Você já parou para perguntar: Quando foi que Jesus nasceu?

Jesus nasceu aproximadamente ao período da “festa das cabanas” ou “festa dos tabernáculos”. Essa festa era comemorada do dia 15 até 21 do mês de Tishri. Equivale a nosso calendário aos meses setembro-outubro. Provas bíblicas? Vejamos:

Zacarias, pai de João, pertencia ao oitavo turno do grupo de Abias (Lc.1.5), e esse exercia tarefas ministeriais no templo na função de sacerdote conforme 1Crônicas 24. Eles foram divididos em 24 turnos de acordo com cada mês do calendário judaico. Contando os turnos com 15 dias cada representante de grupo para os 24 turnos. O grupo de Abias cai no mês Tamuz (equivale aos meses junho/julho) grupo de Zacarias, justamente nessa época ele recebe a anunciação: “Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida; e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, a quem darás o nome de João”. (Lc.1.13). Depois de sua saída do templo Isabel engravidou; e ela ficou cinco meses sem sair de casa (idem v.24). No sexto mês da gravidez de Isabel, Maria, mãe de Jesus, recebe também anunciação de sua gravidez (idem v.26). Ou seja, se Isabel ficou grávida no mês Tamuz, Maria ficou grávida no mês Tebete (equivale aos meses dezembro/janeiro). Só aqui já se desfaz a crença do nascimento de Cristo ser em dezembro. Pois, nessa altura Maria começava a sua gestação. Podemos concluir isso pela declaração de Isabel quando Maria vai visitá-la, pois o anjo havia dito que sua prima se achava “também” grávida (idem v.36). E ao recebê-la Isabel já diz: “Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre”. (idem v.42). E Isabel ainda diz “mãe do meu Senhor” (idem v.43). Coloque agora nove meses de gestação: Shebate (1º), ‘Adhar (2º), Nisã (3º), ‘Iyyar (4º), Siwãn (5º), Tamuz (6º), ‘Abh (7º), Elul (8º), Tishri (9º). Nove meses depois equivale ao mês Tishri (setembro/outubro), época da festa dos tabernáculos ou cabanas conforme Lv.23.34; Ne.8.14. Não podia ser diferente, conforme Êx.23.14 havia três festas principais no Antigo Testamento. Eram elas: Páscoa (ou pães asmos), Pentecoste (ou semana ou colheita) e Tabernáculo (ou cabanas). Em Dt.16.16 diz: “Três vezes no ano, todo varão entre ti aparecerá perante o SENHOR, teu Deus, no lugar que escolher, na Festa dos Pães Asmos, e na Festa das Semanas, e na Festa dos Tabernáculos; porém não aparecerá de mãos vazias perante o SENHOR”. Não podia Jesus vir em outra data a não ser essa. Pois na páscoa: Jesus morre por nós; no pentecostes: o Espírito Santo vem; no tabernáculo: Jesus nasce.

Deixo aqui o calendário judaico, para você se situar melhor:

Pois é, quando João fala da vinda de Cristo ao mundo ele diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (Jo.1.14). A palavra grega da tradução “habitou” é “skenoo”. Essa palavra quer dizer: fixar o tabernáculo, ter o tabernáculo, permanecer (ou viver) num tabernáculo (ou tenda). Isto é, Jesus veio ao mundo na festa dos tabernáculos, festa da cabana.

Agora, uma pergunta não me deixa calar:

Se a Bíblia nos fornece evidências para a data real do nascimento de Cristo porque colocá-la para dezembro?

Eu posso arriscar aqui dois palpites: a tradição sincrética do catolicismo e a força comercial das festas de fim de ano ocidental.

A tradição sincrética do catolicismo.

A luta de “catequização” dos pagãos romanos que eram muitos apegados ao deus Mitra, levou o catolicismo a dar uma mercadejada na Bíblia e levar a data do nascimento de Cristo para o mês de nascimento de Mitra. E assim, unir as datas e forçar aos romanos pagãos a assimilarem a troca. Essa prática de sincretismo religioso sempre foi a arma de guerra do catolicismo na catequização do mundo, e quando não conseguiam assim partiam para a famosa “inquisição”. Esse fator só me lembra das palavras do apóstolo Paulo:

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus”. (2Co.2.17). Essa palavra “mercadejando” vem do grego “kapeleuo”, que significa ser um varejista, mascatear (exercer profissão de mascate), em fim: negociar a palavra de Deus. Oferecer os valores e verdades bíblicos por um preço (que nem sempre é dinheiro) mais baixo.

E que preço! Trocar a festa das cabanas (uma festa judaica linda) pelo culto a Natalis Solis Invicti (nascimento do sol invicto).

Tomemos um pouco de informação histórica:

“O mitraismo (culto e fé ao deus Mitra) foi uma “religião de mistérios” nascida na época helenística (provavelmente no século II a.C.) no Mediterrâneo Oriental, tendo se difundido nos séculos seguintes pelo Império Romano. Alcançou a sua máxima expansão geográfica nos séculos III d.C. e IV d.C., tendo se tornado um forte concorrente do cristianismo. O mitraísmo recebeu particular aderência dos soldados romanos. A prática do mitraísmo, assim como de outras religiões pagãs, foi declarada ilegal pelo imperador romano Teodósio I em 391. Sendo provável que a sua prática tenha continuado em várias décadas. Por isso, não fique surpreso em 440 d.C. essa data do nascimento de Mitra ser trocada pelo nascimento de Cristo.

Em finais do século III gerou-se um sincretismo entre a religião de Mitra e certos cultos solares de procedência oriental, que se cristalizaram na religião do Sol Invictus. Esta religião foi estabelecida como oficial no Império Romano em 274 pelo imperador Aureliano, que mandou construir em Roma um templo dedicado ao deus e criou um corpo estatal de sacerdotes para prestar-lhe culto. O máximo dirigente deste culto levava o título de pontifex solis invicti. Aureliano atribuiu a Sol Invictus as suas vitórias no Oriente. Contudo, este sincretismo não implicou o desaparecimento do mitraísmo, que continuou existindo como culto não oficial. Muitos dos senadores da época professaram ao mesmo tempo o mitraísmo e a religião do Sol Invictus”.

A capacidade de difusão e mistura de Mitra é surpreendente: “Mitra era uma divindade indo-iraniana cuja referência mais antiga remonta ao II milênio a.C.. O culto surgiu na Índia tendo se difundido pela Pérsia e mais tarde pelo Médio Oriente. Num tratado entre os Hititas e os Mitânios assinado no século XV a.C., Mitra é apresentado como deus dos contratos. Na Índia, surge nos hinos védicos como um deus da luz, associado a Varuna”.

No domínio persa, por influência do zoroastrismo, o mitraismo sofreu certa resistência, e quando vieram os gregos também. Vindo a sobreviver entre os aristocratas que habitavam na parte ocidental do Império Persa, na fronteira com o mundo greco-romano. Chegando o império romano, o mitraismo introduziu-se entre os legionários que serviam o império nas suas fronteiras orientais.


Percebemos na história do culto a Mitra que tal religião sofreu vários sincretismos até se acabar e fragmentar-se nos ritos do catolicismo romano, inclusive no natal.

Ainda na tradição natalina católica acompanha a figura do “papai Noel”. Vejamos algumas informações também:

O nome “Noel” vem do francês “natal”. Na verdade seria “Pai Natal” (português europeu). “Uma figura lendária que, em muitas culturas ocidentais, traz presentes aos lares de crianças bem-comportadas na noite da Véspera de Natal, o dia 24 de dezembro, ou no Dia de São Nicolau (6 de dezembro). A lenda pode ter se baseado em parte em contos hagiográficos sobre a figura histórica de São Nicolau. Uma história quase idêntica é atribuída no folclore grego e bizantino a Basílio de Cesaréia. O Dia de São Basílio, 1 ou 1.º de janeiro, é considerado a época de troca de presentes na Grécia.

Enquanto São Nicolau era originalmente retratado com trajes de bispo, atualmente Papai Noel é geralmente retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto. Essa imagem se tornou popular nos EUA e Canadá no século XIX devido à influência da Coca-Cola, que na época lançou um comercial do bom velhinho com as vestes vermelhas. Essa imagem tem se mantido e reforçado por meio da mídia (português brasileiro) ou meios (português europeu) publicitária(os), como músicas, filmes e propagandas”.

Toda a tradição religiosa do “papai Noel” vem de São Nicolau de Mira, também conhecido como de Bari: “É o santo padroeiro da Rússia, da Grécia e da Noruega. É o patrono dos guardas noturnos na Armênia e dos coroinhas na cidade de Bari, na Itália, onde estariam sepultados seus restos”.


Veja bem, a data do nascimento de Cristo é inserida no meio de um “santo” da ICAR e de “deuses” que se fundem: Sol e Mitra. Onde não se sabe quem é o aniversariante.

A força comercial das festas de fim de ano ocidental.

Esse outro palpite não pode ser descartado para responder a pergunta. O comércio cresceu espantosamente com o advento da chamada civilização, com a revolução industrial e agora com a globalização. Esses eventos históricos no comércio favoreceram a festa como grande produto de mercado. Por serem seis dias antes da festa de fim de ano, o natal aquece as vendas de fim de ano. Unindo isso à figura do “papai Noel”, o santo católico reproduzido e comercializado, as pessoas se presenteiam umas as outras. E como tudo tem um preço. Esses presentes viram o alvo de aquecimento das vendas.

Por esse motivo, o natal também é assediado por outros credos religiosos, todo mundo quer dar uma abocanhada no disparate romano. A feitiçaria se encarregou de dar um tom mágico ao natal, a Nova Era também, e até o ateísmo europeu. Onde os presépios foram substituídos por pingüins e outros bichos do gelo.

CONCLUSÃO

Deixo aqui minha postagem para que todos os pastores e apologistas evangélicos acordem e vejam que o natal não é nossa festa e nem festa bíblica. Nesse ponto, eu vejo muito apologista de tradição católica romana e cadê os apologistas bíblicos? Vamos defender a Palavra de Deus, o evangelho de Cristo, a sã doutrina.

O natal é uma festa católica e pagã. Se você quer continuar celebrando em sua igreja é problema seu. Porém, não fique tentando justificá-la para aliviar a sua consciência. Jesus nos ordenou fazer duas coisas: Batizar (Mt.28.19) e fazer memória de sua morte (Lc.22.19 e 1Co.11.25). Essas sãos as ordenanças evangélicas. E o seu nascimento se deu por volta dos meses setembro/outubro. Se querem celebrar o nascimento de Cristo porque não fazem nesse período? Porque não querem ser protestantes. O método de sincretismo religioso parece ser melhor para ganharem novos adeptos. Estratégia copiada do catolicismo. Que está muito longe de “Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos” (1Co.9.22). Está mais para: “Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!” (1Rs.12.28).

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